Encontrei este artigo tão interessante.
Muitos dos interiores mais admiráveis de Lisboa não se encontram abertos como atracções turísticas. Grande parte dos palácios e palacetes são agora embaixadas ou propriedade do estado, e até mesmo muitas das igrejas monumentais abrem apenas para algumas missas. Fique a conhecê-los.
SALÃO POMPEIA
O Palácio da Ega, construído no século XVI e usado como as instalações do Arquivo Histórico Ultramarino desde 1931 esconde uma das mais belas salas da cidade. Chama-se Salão Pompeia e data de uma remodelação do edifício no século XVIII. Era um espaço usado como sala de música em grandes banquetes e por isso foi colocada uma estátua de Apolo, o deus da música. Este encontra-se rodeado de frescos, de magníficas colunas e de oito painéis de azulejos holandeses do século XVIII ilustrando os principais portos europeus.
O nome do palácio deve-se a uma das suas proprietárias, a Condessa da Ega, que permitiu que o general Junot, seu amante, se instalasse no palácio durante as invasões francesas. A condessa mais tarde casou-se com o conde Stroganov de São Petesburgo para onde foi viver, acabando por falecer nessa cidade. Foi também aí que a condessa encontrou uma receita do cozinheiro do marido que mais tarde se tornou bem conhecida — Estrogonofe.
Houve tempo em que o Salão Pompeia abria ao público uma vez por mês mas neste momento já não se permitem visitas.
Houve tempo em que o Salão Pompeia abria ao público uma vez por mês mas neste momento já não se permitem visitas.
PALÁCIO BURNAY
Construído em 1734, este palácio foi residência de patriarcas de Lisboa e de aristocratas até ser adquirido pelo Estado em 1940. Hoje é ocupado pelo Instituto de Investigação Científica Tropical e não se encontra aberto ao público. Apresenta um suntuoso interior apesar de grande parte da sua preciosa decoração (mobiliário, pinturas, esculturas e tapeçarias) ter sido vendida em 1936. O mais impressionante são as paredes da escadaria pintadas em trompe-l’oeil que criam um efeito monumental de relevos.
O Palácio Foz é um dos edifícios mais belos do centro de Lisboa mas infelizmente não se encontra aberto ao público, sendo apenas possível visitar por marcação. A sua construção iniciou-se em 1777 e vários proprietários e diversas remodelações deram-lhe uma mistura de estilos no seu interior, desde o rococó ao neo-gótico e neo-manuelino. Uma das muitas curiosidades é a “abadia,” um antigo espaço usado como restaurante praticamente exclusivo da elite maçónica onde se realizavam reuniões secretas. Grande parte da decoração revela símbolos esotéricos e figuras mitológicas que mais recentemente serviram de pano de fundo para cenas do filme “Mistérios de Lisboa”.
PALÁCIO DAS NECESSIDADES
Este palácio foi a única residência real que sobreviveu ao terramoto de 1755. Apesar do seu valor cultural e arquitectónico não é uma atracção turística, pois é hoje ocupado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, estando por isso fechado ao público. As suas preciosidades de ourivesaria foram transferidas para o Museu Nacional de Arte Antiga e parte do seu mobiliário foi colocado nos palácios da Ajuda e de Queluz. No entanto, ainda possui um interior opulento onde são muitas vezes recebidos chefes de estado, conservando um ar palaciano com as suas belas esculturas.
PALÁCIO RIBEIRO DA CUNHA - agora EMBAIXADA
Virado para o jardim do Príncipe Real, este é um dos edifícios mais curiosos da cidade pela sua arquitetura neo-mourisca. Construído em 1877 como residência privada, é uma das principais obras da Lisboa do Romantismo e inclui um jardim que não é visível do exterior.
QUINTA DOS AZULEJOS
Este edifício foi mandado construir por um ourives de Lisboa no início do século XVIII para sua residência. A rica decoração atraiu a atenção da família real que o visitou em 1753 e 1760, sendo o jardim a obra mais notável. Encontra-se coberto de azulejos, num conjunto inventivo com uma variedade de temas (desde cenas bíblicas a mitologia clássica) em arcos, colunas octogonais e bancos. Estes foram colocados em fases diferentes, podendo observar-se a evolução do azulejo em Lisboa desde o barroco ao rococó.
Hoje é tudo propriedade de um colégio privado, e para visitar o jardim é preciso autorização.
CAPELA DE SANTO AMARO
Esta capela fundada em 1549 dedicada a Santo Amaro é uma das maiores curiosidades artísticas da cidade mas está agora completamente esquecida. Encontra-se quase sempre fechada, abrindo apenas para missa uma vez ao mês (no primeiro domingo). Acreditava-se que Santo Amaro curava as pernas e braços partidos, por isso muitos dos magníficos azulejos policromos do século XVII que decoram as paredes da entrada mostram esses membros. No interior, um painel ilustra a lenda de um barco prestes a afundar-se que foi salvo por Santo Amaro, podendo assim a sua tripulação desembarcar neste local.
IGREJA DAS MERCÊS
Muitos reparam nesta igreja vista de longe num passeio no eléctrico 28, mas apesar da sua fachada despertar curiosidade, não vale a pena tentar conhecer o seu interior a não ser que seja domingo. Encontra-se quase sempre fechada, e a única maneira de entrar é ir à missa aos domingos ao meio-dia. Mesmo assim não poderá admirar a verdadeira obra de arte que é o revestimento azulejar da Sala da Irmandade (hoje chamada Sala de Passagem). Praticamente desconhecida e sempre escondida, contém um dos mais originais conjuntos de azulejos do país, datado de 1714. A abóbada está completamente forrada de azulejos com o tema das Litanias da Virgem, obra de António de Oliveira Bernardes, um dos mestres da arte do azulejo barroco.
IGREJA DO CONVENTO DA ENCARNAÇÃO
Apesar de ser uma das obras mais ricas do país em talha dourada, a igreja deste convento permanece um tesouro bem escondido. É mantido em segredo, permitindo entradas apenas uma vez por mês, para missa nas manhãs das primeiras sextas-feiras. Aí poderá admirar o monumental altar-mor de 1719 que sobreviveu ao terramoto de 1755.
IGREJA DE SÃO MIGUEL
Praticamente todos os turistas que passeiam por Alfama passam por esta igreja, mas acabam por não se aperceber que se encontram junto de uma das mais notáveis obras artísticas da cidade. Por trás de uma simples fachada está um interior quase todo coberto de talha dourada que apenas pode ser admirado durante a missa às sextas-feiras à tarde ou ao domingo bem cedo.
by Lisbon Lux
Catarina, há 2 palácios que abrem ao público para visitas - o Palácio Burnay (referido no artigo que publicaste), e o Palácio dos Condes da Calheta.
ResponderEliminarDeixo o link com mais informações :
http://www2.iict.pt/index.php?idc=6&idi=20951
Muito Obrigada pela informação GPP! Dia 8 Fev. começam as visitas.
EliminarMuito obrigada Catarina por toda esta informação. Descobri o blog há pouco tempo e é sempre um prazer ver as dicas interessantes que dá.
ResponderEliminarOlá Bruxelas! Muito obrigada por seguir o Blog e pelos elogios. É sempre bom receber comentários dos leitores!
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